Imagine ser nomeado em homenagem a um príncipe da Inglaterra? Esse é o caso do William, o Tigre de Bengala do BioParque do Rio. E olha que ele realmente tem a postura de príncipe por aqui. Sabia que os tigres são os maiores felinos do planeta?
O William é um felino da espécie Panthera tigris, bem conhecido pelas suas listras encantadoras. Elas ficam espalhadas por todo o corpo e têm uma finalidade bem legal: servem para ajudar na camuflagem durante a caça e funcionam como uma impressão digital.
Esse Tigre de Bengala, como também é conhecido, chegou por aqui em 2011, pesa 162 quilos e se alimenta aproximadamente de 4,5 quilos de comida por dia. Tem cerca de 15 anos. Ou seja, já é considerado de idade avançada.
Como todos os tigres, é um animal noturno. Se durante a sua visita você flagrou o William com um pouco de preguiça, não se assuste. Ele fica mais animado quando o sol se põe.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), a espécie Panthera tigris está na lista de ameaçadas. Isso se dá, principalmente por conta da caça ilegal e destruição do seu habitat natural: florestas e savanas de alguns países da Ásia, como Índia e Bangladesh. A estimativa é que haja apenas cerca de 3 mil espécies em todo o mundo.
No final de 2021, William ficou um tempo afastado do nosso circuito. O motivo foi a ruptura do ligamento cruzado anterior do membro pélvico direito. A lesão veio por complicações na circulação sanguínea, comum em espécies com idade avançada.
Como o tratamento com remédios e repouso não estava surtindo o efeito esperado, a solução foi recorrer à cirurgia. No entanto, não havia histórico na literatura de outro procedimento do tipo: colocação de placa de aço cirúrgica em tigres.
Ao todo foram envolvidos quase 20 profissionais em uma equipe multidisciplinar composta por anestesistas, ortopedistas, imaginologistas e clínicos gerais. O time foi liderado pelo Dr. Wanderley Severo Santos Júnior, especialista em ortopedia veterinária.
Por conta da complexidade do procedimento, a cirurgia para a aplicação da placa de aço durou mais de 6 horas.
O tigre do BioParque do Rio passou por um longo processo de recuperação acompanhado de perto pelo time de Veterinária, Biologia e Zootecnia. Por se tratar de um procedimento inédito, foram necessárias várias adaptações. Um exemplo foi a própria fisioterapia, que precisou de atenção especial para recuperar a mobilidade.
William passa por condicionamento animal 6 dias na semana. Dessa forma, ele não sente estranheza ou estresse ao passar por procedimentos de rotina, como a higienização ou exames veterinários.
Só depois de alguns meses de recuperação Willian voltou ao circuito aberto para visitantes do BioParque do Rio. Hoje, ele é acompanhado de perto por três cuidadores exclusivos.
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