No dia 17 de julho, comemoramos o Dia Mundial dos Crocodilianos. Esta data tem como objetivo conscientizar sobre as ameaças que esses animais enfrentam e sensibilizar a sociedade sobre a importância de sua conservação, mudando a perspectiva em relação a esses indivíduos.
Os crocodilos são predadores de topo que exercem grande importância ecológica, pois auxiliam no controle das populações de outras espécies das quais se alimentam. Consequentemente, essa função garante o equilíbrio das cadeias alimentares e dos ecossistemas. Além disso, os crocodilianos podem atuar como espécies bioindicadoras, sinalizando a saúde dos ecossistemas onde vivem por meio de suas respostas às condições ambientais. Da mesma forma, também funcionam como espécies sentinelas, capazes de detectar antecipadamente possíveis ameaças, riscos ou perigos ambientais para si, para outras espécies ou para o ecossistema. Portanto, nesse contexto, ambas as funções indicam que o ambiente pode necessitar de um olhar mais atento para sua preservação e manejo sustentável.
Quem são os Crocodilianos?
A ordem dos crocodilianos é composta pelas famílias Crocodylidae, Alligatoridae e Gavialidae, conhecidos, respectivamente, como crocodilos, jacarés e gaviais. Esses répteis de grande porte são predadores ativos com hábitos noturnos e sociais. Alimentam-se de peixes, anfíbios, crustáceos, aves e até mamíferos, podendo ser encontrados em regiões tropicais e subtropicais.
Esses animais são ectotérmicos, ou seja, dependem do ambiente externo para regular a temperatura corporal, necessitando do calor para que seu metabolismo e fisiologia funcionem de forma adequada.
Com corpo alongado, cauda forte e membros curtos, os crocodilianos adultos podem atingir até 7 metros de comprimento. A pele e a cabeça são recobertas por escamas córneas reforçadas com placas ósseas, que auxiliam na proteção e na redução da perda de água. Na cabeça estão localizados olhos, narinas, orelhas e pontos sensoriais, adaptados aos seus hábitos semiaquáticos. Isso permite que tenham um amplo campo de visão e consigam captar odores, sons, vibrações e ondulações na água, facilitando a busca por alimento e defesa. Além disso, possuem membrana nictitante, que recobre e protege os olhos durante o mergulho.
Qual a diferença entre os Crocodilianos?
No Dia Mundial dos Crocodilianos, o BioParque do Rio apresenta curiosidades e as principais diferenças entre crocodilos, jacarés e gaviais. Para ver os jacarés de perto, planeje sua visita e compre seu ingresso pelo site oficial do BioParque do Rio.
Ameaças aos Crocodilianos e a Campanha Educativa da AZAB
Atualmente, os crocodilianos do mundo estão classificados em três categorias pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN: Vulnerável, Criticamente Ameaçado ou Pouco Preocupante. No total, as 24 espécies conhecidas enfrentam ameaças semelhantes. Entre elas, destacam-se a perda e degradação de habitats, a poluição ambiental, as mudanças climáticas e a caça ilegal. Como resultado, esses fatores afetam diretamente o número de indivíduos nas populações de crocodilianos, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo.
Diante desse cenário, a Associação de Aquários e Zoológicos do Brasil (AZAB), em parceria com o Instituto Marcos Daniel e o Projeto Caiman, lançou a campanha educativa de 2025 com o tema “Jacaré de Boa na Lagoa”. Com isso, a proposta é conscientizar o público sobre a importância dos crocodilianos para os ecossistemas aquáticos, além de reforçar a necessidade de preservação de seus habitats e combater a desinformação sobre essas espécies. Por fim, a campanha conta com a participação de aquários e zoológicos de todo o país, que promovem atividades especiais no Dia Mundial dos Crocodilianos.
Referências
GRIGG, Gordon; GANS, Carl. Morphology and physiology of the Crocodylia. 1993.
BASSETTI, Luís Antônio B.; HILEVSKI, Samuel; SIROSKI, Pablo A. Crocodilianos: O uso sustentável no Brasil. Tratado de Crocodilianos do Brasil, v. 1, p. 191-204.
BARRETO-LIMA, A. F.; SANTOS, MR de D.; NÓBREGA, Y. C. Tratado de Crocodilianos do Brasil. Vitória: Editora Instituto Marcos Daniel, 2021.
